Para quê um Sistema de Classificação para a Construção

Feb 10, 2021 | Aprender

Todos os colaboradores no projecto, preparação e execução de um empreendimento devem ser capazes de falar a mesma língua.
Com o advento da digitalização da construção, isto significa não só o entendimento na comunicação pessoal, mas também na comunicação digital. Hoje investimos na criação e transmissão de objetos digitais, que devem também ser transmitidos e entendidos pelos diversos softwares e sistemas, sem intervenção humana. A “cola” que permite esta compreensão são a padronização dos dados e os Sistemas de Classificação.
De uma forma simplificada, um Sistema de Classificação classifica todos os objetos (sapata, rodapé ou jaela exterior ), materiais (betão, vidro temperado…), espaços (circulação, sala de aula ou data center) por um código e uma descrição. Isto permite que o projeto seja medido e quantificado eficientemente, que o modelo de construção transite para a fase de gestão mais facilmente e que as diversas análises (sustentabilidade, estrutural, térmicas e outras) sejam mais fáceis.
Na verdade, grande parte da informação contida num Sistema de Classificação já existe dentro dos objetos BIM, seja nas propriedades IFC (quando o modelo está bem parametrizado) ou na própria estrutura de dados dos softwares (como as categorias, famílias e tipos no Revit). Contudo, a extração desta informação é ainda complexa e dependente de vários fatores, pelo que um Sistema de Classificação é ainda a forma mais prática de organizar.

revit window
Objecto Janela no Autodesk Revit 2021: pertence à categoria Window e tem o “IFC Class Name” ifcWindow.


Objecto Janela no Autodesk Revit 2021 classificado de acordo com três sistemas: Uniclass 2015, Masterformat e Uniformat.

Construir um Sistema de Classificação e, acima de tudo, colocá-lo na prática cotidiana de projetistas, medidores, gestores de projeto, preparadores e gestores de obra é uma tarefa de longo prazo. A primeira parte está em curso e consiste na definição de um sistema e seu padrão de dados, seguindo-se a aplicação a projetos-piloto que demonstrem a sua utilidade nas tarefas mais simples, como a quantificação automática de modelos, ou mais complexas, como a verificação automática de regulamentos.